Poucas palavras

Perdi as contas de quantas vezes escrevi e apaguei o início deste parágrafo. Nenhuma ideia me parecia boa o suficiente, digna de ser lida. Algumas vezes, é preciso poupar o leitor de um texto enfadonho sem propósito. Em outras, quem escreve poupa a si mesmo de um vácuo criativo de palavras.

Insisto por teimosia, vaidade ou ambas as coisas, porque uma não exclui a outra. Há uma certa indignidade em parir uma crônica a fórceps, mas há também beleza em fazer brotar uma semente fértil de um solo seco de inspiração. O copo meio vazio é o mesmo copo meio cheio, só depende da perspectiva.

Imagem: Glass of water with bowl scraped off (2020), de Ben Madeska

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