Cabeça de todos nós

Contos são fragmentos de vida: entra-se neles por um rasgo na história, não necessariamente pelo começo; o mesmo se sucede na saída, que pode ser no fim ou bem antes dele. Então, por esta natureza, contos são imprevisíveis – e, justamente por isso, fascinantes.

Escrevê-los, portanto, é um desafio. Como ambientar quem entra pela fresta? Que detalhes precisam ser iluminados e quais devem permanecer nas sombras? Em que ponto o texto acaba, se é que a história vinda? São todas perguntas importantes e igualmente difíceis de serem respondidas.

Conheço apenas duas formas de se escrever um bom conto: sorte ou trabalho. O primeiro caso não precisa de explicação; algo de mágico acontece na literatura e o texto nasce bom e acabado. No mais, é preciso talento (contar histórias é um dom) e dedicação para lapidar o conto até que ele atinja a forma final.

Em “Cabeça de todos nós”, publicado pela editora Patuá, Orete Nascimento exemplifica com sucesso a artesania da escrita, brindando o leitor com contos maduros, bem trabalhados e que trazem os finais surpreendentes que são a marca indelével do autor.

Imagem: Capa do livro “Cabeça de todos nós”

Deixe um comentário